Dia Mundial contra a SIDA

“Quarenta anos desde que os primeiros casos da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) foram relatados, o vírus da referida doença ainda ameaça a humanidade.

Hoje, o mundo está longe de cumprir com o compromisso comum de erradicar a SIDA até 2030, não por causa da falta de conhecimento ou ferramentas para vencer a SIDA, mas por causa das desigualdades estruturais que obstruem as soluções comprovadas para a prevenção e tratamento”, diz a página oficial da ONU relacionada com a observância da referida data.

Comemora-se hoje em todo o mundo o Dia Mundial de Luta contra a SIDA que, tal como a Covid-19, acabou por “destapar” o véu das desigualdades no acesso à terapia medicamentosa para lidar com a doença, aumentar ou manter a “imuno-eficiência humana” das pessoas que vivem com a doença.

A forma como o mundo está a enfrentar a gripe causada pelo vírus Sars-Cov-2, com todas as manifestações de desigualdades, espelha bem a maneira como se enfrenta o vírus que causa a SIDA. Enquanto as nações mais desenvolvidas têm a doença mais ou menos sob controlo, com assistência e acompanhamento que permite aos doentes levarem uma vida normal, nos países em condição inversa as estatísticas relativas ao avanço da doença somam e seguem.

Com o objectivo de prevenir o avanço da SIDA, prestar tratamento e assistência aos afectados e reduzir o impacto socioeconómico da epidemia, a ONUSIDA, organismo da ONU que lida com a enfermidade, criada em 1996, fez uma descrição dantesca, recentemente, sobre os contornos da fatalidade da doença nos próximos dez anos.

No seu alerta, diz a agência especializada da ONU que se as desigualdades não forem debeladas quando se tratam de esforços para conter a progressão da SIDA em todo o mundo, nos próximos dez anos, a humanidade poderá conhecer perto de oito milhões de mortes relacionadas à SIDA.

Alerta ainda a ONUSIDA que, “se as medidas transformadoras necessárias para acabar com a AIDS não forem tomadas, o mundo também ficará preso na crise da Covid-19 e perigosamente despreparado para as pandemias que virão”.
As regiões em que se inserem os países de baixa renda são, lamentavelmente, as mais negligenciadas quando se trata das estratégias para lidar com a chamada “doença do século”.

Em Angola, de acordo com o quadro traçado pelo presidente da Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida, António Coelho, a situação continua preocupante no que à falta de meios de prevenção diz respeito.
Diz-se que em Angola vivem com o VIH-SIDA mais de 350 mil pessoas e que grande parte destas não estão envolvidas no acompanhamento com assistência médica à base de anti-retrovirais.
Num dia como hoje, felizmente cresce a consciência, em Angola, de que a SIDA existe, persiste e deve ser encarada como um dos problemas de Saúde Pública, na mesma medida em que baixa a estigmatização e outros factores que não ajudam no combate contra a doença.

Por: JA

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