Adalberto da Costa Júnior – As origens duvidosas de um candidato à Presidência da República

O líder do maior partido da oposição, Adalberto da Costa Júnior, nunca revelou claramente a sua vida ancestral, descendentes, e outros familiares bem conhecidos em Angola. Este é um assunto que ele evita abordar em profundidade, e quando é questionado, faz, amiúde, uma fuga para frente. Até dentro do seu partido pouco ou nada se sabe sobre o passado do candidato da UNITA.

O máximo de informações que alguns angolanos sabem do actual líder do galo negro é a data de nascimento e a localidade onde nasceu, mas isso também levanta algumas dúvidas. Nem mesmo a biografia disponível contém informações precisas da sua estadia em Angola.

Falando ao programa “Angola Fala Só” da Voz da América, Makuta Nkondo, antigo deputado da UNITA, disse que Adalberto da Costa Júnior não pertence a nenhuma tribo, não pertence a nenhum clã e não fala nenhuma língua bantu. “O Umbundu é então catastrófico”, revelou o político. Acrescentou que o pai do ACJ era um comerciante colono. Em Angola, praticamente o líder da Unita não tem parentes próximos, a maioria está no estrangeiro (principalmente no Porto e Lisboa; Portugal, Inglaterra). Makuta Nkondo qualificou ACJ como alguém que apenas fala muito, cheio de blá, blá….

Entretanto, Adalberto da Costa Júnior foi esposo de Cristina Afonso, de 57 anos de idade, de nacionalidade portuguesa – um casamento apadrinhado por José Katchiungo, seu antigo amigo e, agora, vítima da sua intolerância aos que pensam diferente de si. Adalberto e Cristina geraram duas filhas gêmeas: Lussinga Costa e Quaiela Costa.

Cristina Afonso vive habitualmente em Angola e Portugal. É Directora Geral de uma empresa de direito angolano, a consultora “BET ON PEOPLE”, criada em 2017, que actua nas áreas de formação profissional, RH e SHST. A sua filha, Lussinga Costa, tem passagem na Escola Portuguesa – Luanda – Angola, lê-se na sua conta oficial do Facebook. Lussinga é formada em Marketing pelo ISCAP, na cidade do Porto, em Portugal. A outra filha, Quaiela Costa, tem formação em engenharia e gestão de projectos, pela Universidade do Porto e a Universidade Católica, respectivamente. É gestora de projetos na AMU Portugal, e assistente de projetos na Stones Soup Consultants.

Até 2019, Adalberto era um cidadão híbrido, com duas nacionalidades “portuguesa e angolana”, que, por imperativo legal, renunciou à sua nacionalidade portuguesa, uma vez que o estatuto da UNITA determinava que os candidatos à liderança não podem ser detentores da dupla nacionalidade, pelo facto de serem candidatos naturais à Presidência da República, visto que a Constituição de Angola torna os candidatos com dupla nacionalidade inelegíveis.

A nossa pesquisa não encontrou muitas informações sobre o passado do ACJ em Angola (além das que são públicas) , no entanto, apurou-se especialmente dados do seu passado em Portugal.
O líder da UNITA tem duas sobrinhas, Miluxa Costa e Fátima Costa, ambas de nacionalidade portuguesa. Residentes na Holanda, Fátima e Miluxa são filhas da senhora Dulce Regala com o senhor Costa, irmão de Adalberto, falecido em 2011.

Em 2016, a entrevista que líder da UNITA concedeu a Voz da América “VOA Português”, na altura como líder do grupo parlamentar da UNITA, foi partilhada por Dulce Regala na sua conta do Facebook. Na mesma publicação, a sobrinha Fátima reagiu com um emoji de surpresa, um claro sinal do estranhamento que tem em relação ao seu tio.

Fátima Costa fez formação em táctica de tiro com os Israelitas da Adi Talmor, nome similar a “consultora” que está a assessorar a UNITA nesta campanha, Adi Timor.

A troca de afetos de ACJ com a família nas redes sociais é visível na sua conta oficial do Facebook, quando ele era o líder do grupo parlamentar da UNITA.

Em 2019, o jornalista Carlos Alberto publicou a informação que ACJ terá apresentado um documento da filha Lussinga Costa, que se julgou que líder da UNITA entregou à Assembleia Nacional, como prova dos seus estudos em Engenharia.

Contudo, as origens de Adalberto da Costa Júnior em Angola são bastante duvidosas. O que há, em abundante, são informações que o ligam mais a Portugal. Quem se candidata à liderança de uma Nação, não pode ter um perfil e origens difusas. Todas ligações familiares do primeiro grau do líder da UNITA são apenas de indivíduos com outras nacionalidades, sobretudo portuguesa. Porquanto, a nossa pesquisa não para por aqui, vamos continuar a investigar e, a breve trecho, publicaremos mais dados.

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