Emmanuel Macron considera Angola como “uma janela de oportunidades” e afirma que reformas do Presidente João Lourenço estão na base da aceitação do reforço da cooperação Angola-França

Esta sexta-feira, 03 de Março, o Presidente francês, Emmanuel Macron, foi recebido pelo Presidente da República de Angola, João Lourenço, visando o fortalecimento da cooperação entre os dois países em vários sectores. Aquando da sua chegada no país, Emmanuel Macron afirmou que “está seguro em ralação à escolha de Angola como parceira estratégica, destacando as reformas feitas pelo actual Governo angolano – que considera “corajosas e necessárias para a nova imagem do país”.

Para o Presidente francês, Angola está no caminho certo, pelo que encoraja o Presidente João Lourenço a continuar com as reformas, acreditando que as mesmas trarão uma nova esperança para os angolanas, e que não se trata de um processo longo, pois entende que está cooperação entre ambos os países vai acelerar, de certa forma, o desenvolvimento de Angola.

“Desta visita podemos esperar o fortalecimento das relações entre os dois países, que já existem há décadas”, descreve o especialista em Relações Internacionais do Instituto Superior de Angola, Horácio Nsimba.

O analista e membro do partido de oposição Bloco Democrático lembra que “a Europa e a França, mais especificamente, precisam cada vez mais de África. Angola tem sido uma janela de oportunidades. Neste momento é crucial que o Presidente francês venha para aprofundar as relações empresariais, do sector da agricultura ou de formação. Estes são elementos fundamentais nestas relações bilaterais”.

“A produção agrícola continua a ser cara em Angola. Há uns anos era mais fácil comprar fora do que produzir cá porque faltam infra-estruturas”, lembra o analista. “Antes de falar de agricultura seria bom que o Presidente francês, com a sua comitiva de empresário, pudesse procurar soluções quanto às infra-estruturas. Temos produtos de campo que não chegam aos mercados porque se estragam pelo caminho. É preciso encontrar plataformas de restruturação dos meios de comunicações, energias e água”, alerta o também membro do partido Bloco Democrático.

O chefe de Estado francês é acompanhado por investidores e fornecedores de soluções para a agricultura. “Desta vez seria importante que a visita tivesse impactos no sector agrícola porque a França é um país com experiência e porque Angola precisa de uma indústria tecnológica”, defendeu.

“Angola têm condições climatéricas e de solo para poder apostar na produção alimentos orgânicos para exportação”, acredita Horácio Nsimba.

Os empresários franceses estão presentes em Angola em três grandes sectores, o mais importante é o sector petrolífero (TotalEnergies, a maior operadora do País), a indústria de cerveja, com o grupo Castel e com presença da logística e dos transportes. “Acredito que o Presidente vem procurar novas oportunidades porque a Europa está a viver um período especial e precisa de muito mais investimentos em petróleo e gás”, concluiu.

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