Audição sobre trafico de droga: “voto de confiança” a Eugénio Laborinho

Eugénio Laborinho foi à Comissão de Defesa, Segurança, Ordem Interna, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, na Assembleia Nacional, para ser interpelado pelos deputados acerca do episódio que envolve o contrabando de drogas no país, havendo denúncias de que estarão envolvidos altas patentes da Polícia Nacional (PN) e dos Serviço de Investigação Criminal (SIC).

Numa audição solicitada pela 2ª Comissão, e não pelo Grupo Parlamentar do MPLA, conforme veiculado por alguns meios, o ministro Laborinho fez-se acompanhar, nesta audição, de uma delegação que inclui, entre outras entidades, o comandante-geral da Polícia Nacional, Arnaldo Manuel Carlos, o director nacional da Segurança Pública da Polícia Nacional, Orlando Bernardo, e o director da Direcção de Combate ao Narcotráfico, José Carlos.

Na Casa das Leis, de acordo com a descrição de vários deputados consultados pel’O Telegrama, os responsáveis da segurança pública responderam a todas as perguntas. As explicações do ministro do Interior, o general Eugénio Laborinho, convenceram os deputados, tanto do partido do governo e do maior partido na oposição, que são os únicos que integram a 2ª Comissão Parlamentar.

“Foi uma audição bastante necessária”

Além das questões de natureza de segurança pública, Laborinho e a sua comitiva foram confrontados com as denúncias de tráficos de drogas, que supostamente teriam a “bênção” de altas patentes do SIC, o Serviço de Investigação Criminal. O episódio do navio “Simione”, apreendido em Espanha com três toneladas de droga, foi outro tema abordado. Sobres as duas matérias, o ministro e a sua equipa disseram aos deputados:

“O ministro disse que o navio que foi apreendido pelas autoridades espanholas saiu de Angola, com uma tribulação angolana, com destino ao Senegal. Porém, posto neste país, enquanto a tribulação se encontrava no hotel, o navio foi roubado”, disse fonte parlamentar do MPLA a’O Telegrama. Para reforçar a tese de não envolvimento de oficiais superiores da polícia no contrabando de drogas, Laborinho terá dado exemplo do facto de, dentre as mais de uma dezena de detidos, nenhum deles tem a nacionalidade angolana.

“Foi uma audição bastante necessária e que ajudou-nos a compreender os vários fenómenos. Esse tipo de audições gera solidariedade e críticas construtivas para o melhoramento do trabalho das autoridades”, defendeu Joaquim Nafóia, deputado da UNITA e um dos vice-presidente da comissão de defesa, segurança, ordem interna, antigos combatentes e veteranos da pátria.

“Aconselhamos ao ministro do Interior e aos responsáveis da Polícia e Investigação Criminal para que possam dar as mesmas explicações à sociedade, no sentido de a opinião pública tirar as suas conclusões. Há um défice muito grande de comunicação. Um relato de narcotráfico não pode se resumir num simples comunicado como aquele que foi emitido pelo SIC”, disse Nafóia, considerando ter saído satisfeito da reunião.

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