A ministra da Educação afirmou, esta terça-feira, no município do Soyo, província do Zaire, que a atenção do Executivo está virada para a reabilitação, ampliação e construção de novas escolas, com o correspondente apetrechamento em carteiras, equipamentos laboratoriais e outros meios tecnológicos, que possam facilitar a pesquisa e o ensino no país.
Luísa Grilo, que falava durante o acto central do Dia Nacional do Educador, celebrado, este ano, sob o lema “A transformação da educação começa com o professor”, exortou, por outro lado, os profissionais da educação a redobrarem os esforços e dedicarem-se com alma e competência nas tarefas pedagógicas.
“É preciso que os quadros não se deixem afectar pelas dificuldades momentâneas, nem pelo desânimo e continuem a pautar por uma conduta na ética, no decoro e nos mais altos padrões da moral social”, disse a ministra no acto, testemunhado pelo vice-governador do Zaire para o sector político, social e económico, Afonso Nzolameso.
A meta, avançou, é transformar a educação de forma que seja capaz de corresponder aos novos desafios. “A transformação do professor deve começar a nível do pensamento, das estratégias e formas de organização do ensino, assim como pelo vínculo relacional e emocional que estabelece com os alunos”.
O Executivo, acrescentou, está a trabalhar para conferir ao professor o papel de protagonista da transformação da educação. Para materializar esta tarefa, a aposta tem sido a formação e a melhoria das condições de trabalho.
“O professor precisa de um salário e subsídios que sejam aliciantes e motivadores, de progredir na carreira por via de uma avaliação justa, pela meritocracia, assim como de mais oportunidades para viver com dignidade e a altura e dimensão do seu papel na sociedade”, indicou.
O sector da Educação, lembrou, tem investido na formação inicial e em exercício dos docentes, de forma a proporcionar aos professores mais oportunidades de desenvolvimento e competências profissionais, centradas, predominantemente, na melhoria das práticas de ensino e de coordenação pedagógica na escola. A governante informou ainda que, no âmbito do processo de digitalização da Educação, foi lançada a Escola Virtual “Xilonga”, para as modalidades de ensino à distância. “É um espaço virtual de aprendizagem destinado aos alunos do Ensino Primário e do I Ciclo do Ensino Secundário”.
Outro processo em andamento, destacou, é a actualização das categorias salariais, através do processo de promoção, actividade que já beneficiou mais de 135 mil professores. “Construir um ambiente que harmonize os anseios de uma educação e ensino de qualidade e a valorização dos docentes, é uma tarefa que o Executivo assumiu e da qual não se demitirá”, referiu.
Ministério refuta recepção de notificação sobre a greve
O Ministério da Educação revelou, ontem, a titular da pasta, não recebeu nenhuma informação oficial sobre uma possível greve do Sindicato dos Professores (SINPROF) e disse não haver razões para tal acto.
Luísa Grilho, que falava no município do Soyo, à margem do acto central do Dia do educador, garantiu, à Rádio Nacional de Angola, que o Executivo angolano continua a trabalhar para atender as diversas reclamações dos professores.
A ministra da Educação informou ainda que não há motivos para a realização da greve, anunciada pelo SINPROF para hoje, e, apesar de não terem recebido um documento oficial de um possível acto de suspensão das aulas, os canais de diálogo com o sindicato estão abertos.
“O Executivo está a trabalhar para equacionar os principais pontos constantes no Caderno Reivindicativo e alguns deles já foram equacionados”, disse, além de adiantar que reuniram, na sexta-feira passada, com o sindicato e decidiram manter o compromisso de diálogo permanente. “Ainda não recebemos, por escrito, nenhuma informação sobre a greve”.