Ismael Mateus esclarece as razões do seu voto a João Lourenço
Num texto publicado nas redes sociais, o veterano Jornalista Ismael Mateus afirmou que não se revê em partidos que se aliam a corruptos que “delapidaram os cofres” do Estado e para colocar o país “nos velhos tempos” da alta corrupção.
“Agora que faltam poucos dias da eleição, já não espero nenhuma novidade. Os discursos todos já foram feitos e em relação ao combate à corrupção não houve nenhuma alteração na percepção que eu ja trazia aquando do início da campanha”.
Ismael Mateus entende que o combate no país, “à corrupção sempre foi a prioridade”, acrescentando que ao longo do seu percurso como pessoa com opinião pública condenou os excessos da corrupção no pais.
“Lembro-me com muita frequências do modo como as empresas publicas eram tomadas directamente ou controladas de fora por um pequeno grupo de pessoas. Lembro-me da forma como os ministros abriam alas, prestavam vassalagem a pessoas que não eram do governo, fossem eles uns miúdos cheios de poder ou pessoas de uma Entourage de ‘Donos de Tudo Isto’. Lembro-me da necessidade de bilhetes de QI (quem indica) para empregos, já que muito raramente havia concursos públicos de ingresso. Lembro-me dos negócios, sempre com os mesmos e sem concursos publicos nem transparência”, disse.
Diz lembrar-se do nepotismo e do cabritismo elevados a comportamentos normais e institucionais, dos “miúdos filhinhos de papai” que segundo o jornalista, se exibiam nas noites de Luanda e nas noites europeias, esbanjando o dinheiro roubado, fazendo exibição de posses conseguidas pelos pais a partir do saque que estava a ser feito ao pais.
“Por mais criticas que queiramos fazer ao actual presidente, esses tempos acabaram. Acabaram os filhinhos de papai. Acabou o assalto descarado contra os cofres do Estado. Acabou a impunidade. O cabrito que come onde esta amarrado, morreu. Acabou todo o exibicionismo, todo o novo riquíssimo que nos era dado a ver com sarcasmo e arrogância nos anos que se seguiram à paz”.
Diz ainda que tem plena consciência que ainda andam por ai novos marimbondos, uma nova e velha gente que continua com as práticas de corrupção, mas nada disso se compara com o passado. “Não posso dar o meu voto a quem nos oferece a possibilidade de um regresso aos velhos tempos, que sempre critiquei”.
Para o também docente universitário
Isso faz toda a diferença. “É a diferença entre, por um lado, quem pretende combater a corrupção e todo o passado que já vivemos e, por outro, “quem se alia com os que dilapidaram o país e podem tranquilamente trazer de volta os velhos tempos do cabritismo, impunidade e saque ao cofres. Esta ‘é diferença que determina o meu voto”.
Em coerência, acrescenta ainda o profissional afirma que não pode votar diferente e que Vota 8.
“Não podemos regredir ao pior momento do pais, depois da guerra.
Obs: Não quero discutir com ninguém e nem está nada em discussão. Respeite se faz favor”.
Por: CK