Jornalista Ana Margoso garante seu voto ao MPLA e afirma que Chivukuvuku é uma ameaça interna para ACJ

Com histórico respeitado na UNITA, a jornalista Ana Margoso partilhou uma reflexão sobre a sua decisão de renunciar a militância no partido, por não se rever nas políticas da nova liderança. Revelou as consequências da sua saída, o seu ponto de vista sobre Abel Chivukuvuku, que considera uma “ameaça para o actual presidente do partido (ACJ), considerando o “desejo obsessivo pelo poder” manifestado por Chivukuvuku, que antes de se juntar à FPU, considerava ACJ como um “bandido e trapaceiro”. Dada as incertezas no projecto FPU, a ex-militante da UNITA afirma que o seu voto será no MPLA, por acreditar que o Presidente João Lourenço vai continuar com as reformas positivas no país.

Acompanhe a reflexão feita pela Jornalista Ana Margoso:

“Nunca fui Maria vai com às outras e jamais serei

Quando decidi tirar o meu cartão de militante da UNITA o mundo caiu sobre a minha cabeça. No jornal onde trabalhava passei a ser uma extraterrestre, fui perseguida até não mais;

A minha família ou alguns deles afastaram-se de mim, eu era a miúda que não tinha juízo, maluca;

As minhas amigas afastaram-se todas, afinal eu estava a criticar um Presidente e uma família que os beneficiava de alguma forma;

Os meus colegas jornalistas, grande parte chamava-me de frustrada;

Muitos da sociedade civil que hoje têm muito mais liberdade para criticar João Lourenço, estavam proibidos de escrever para determinados jornais. Eu lembro a luta que fiz com a entrevista da Alexandra Simeão que não pude publicar no Novo Jornal, depois de acerto com o Salas Neto, acabei por publicar no Semanário Angolense;

A entrevistado do padre Pio, que só sobre muita insistência foi publicado pelo mesmo jornal;

Lembro por exemplo de ter sido chamada por uma conhecida figura da sociedade civil, um mais velho que me criticou por ter entrado na UNITA, e me disse que eu deveria ter ido para a CASA-CE, e hoje andam todos agarrados a UNITA (vão dizer que evoluíram😀, afinal eu sou mesmo uma visionária);

O tal que disse que o actual seu amigo era bandido, e por isso eu precisava ter cuidado (aí meu Deus, as coisas que eu sei🤦🏽‍♀️);

A perseguição a minha pessoa não ficou por aí, muitas vezes fiquei sem ter o que comer, porque me tiraram o salário, eu que gosto de trabalhar, fiquei anos sem emprego em Angola;

No desespero vendi a casa que comprei com o dinheiro que a minha mãe me deu e fui para a Namíbia com os meus filhos;

Deus é tão bom, que através de um contacto que recebi aqui mesmo no Facebook, consegui uma bolsa e fui para a Inglaterra estudar. E, agarrei essa oportunidade com duas mãos, estudei que nem uma louca, não terminei ainda, mas vou fazê-lo de certeza absoluta;

Eu sei quem são as pessoas que sempre estiveram no escuro a me boicotar, eu sei quem são os meus inimigos, e como temos um país onde as pessoas acreditam em tudo a perseguição a minha pessoa nunca parou.

É assim que, aproveitando a minha ausência em Angola e por estar muito concentrada nos estudos usaram a minha página para me denegrir.

Pediram inclusive ao Carlos Alberto e ao Rui Galhardo que eu não conhecia para me denegrir.

Eu nunca recebi dinheiro de ninguém, a minha luta é pelo meu país, pela terra que amo, pelas crianças deste lugar que tanto amo.

Eu escolhi votar em João Lourenço por livre e espontânea vontade, porque eu percebo bem esse país. Não foi preciso vir para Angola para perceber o que se estava a passar aqui.”

Por: Ana Margoso (Jornalista)

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