Investigação sobre a morte de Rui Galhardo pode impedir ACJ de concorrer às eleições gerais de Agosto
Abandono e revelação de informações sobre a UNITA poderão estar na base das ameaças e perseguições que o ex-militante alegava ser vítima. Consumada a sua morte, o envolvimento directo de Adalberto Costa Júnior, Presidente da UNITA, em crime de homicídio, pode anular a sua candidatura às eleições gerais, considerando que Rui Galhardo já tinha denunciado publicamente e apresentado uma queixa à PGR por alegada perseguição e ameaças de morte (envenenamento) por parte de ACJ, o que veio agora se confirmar, e coincidentemente… por envenenamento!
Rui Galhardo já havia aberto um processo contra Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, e de acordo com várias matérias veiculadas na imprensa angolana, o processo já decorria na PGR, e tinha “pernas para andar”. Hoje, infelizmente, foi confirmada a morte de mais um angolano vítima de motivações políticas. De realçar que o processo que decorre na PGR ganha força com a consumação do crime, e isto pode ser um factor negativo para o presidente da UNITA, considerando que, de acordo com a lei, a suspeita de envolvimento em crime de homicídio pode impedir a candidatura de um concorrente à Presidência do país, o que é o caso de ACJ, e a situação pode ser agravada se até o início das eleições o caso não estiver encerrado e provada a culpa ou inocência do mesmo. Porém, é preciso ter em conta que o malogrado (Rui Galhardo) dizia ter muitas “provas” sobre a acusação de tentativa de homicídio por via de envenenamento, o que acabou por ser comprovado como causa da morte de Rui Galhardo.
FACTOS HISTÓRICOS SOBRE O CASO
O ex-militante da UNITA Rui Galhardo esteve, no dia 19 de Novembro de 2021, na Procuradoria-Geral da República (PGR), acompanhado da advogada, para inteirar-se do processo movido em Maio último contra Adalberto Costa Júnior, alegadamente por tentativa de homicídio.
À imprensa, o empresário mostrou-se satisfeito com a informação recebida que tem a ver com o não arquivamento do processo, como se divulgou nas redes sociais. Voltou a reiterar que o presidente destituído da UNITA vai à barra dos tribunais por tentativa de homicídio contra si.
Confirmou que a queixa se mantém e o processo corre os trâmites legais. “Disseram que não tinha pernas para andar e que foi arquivado por falta de prova. Eu vim constatar que o processo está bem”, referiu.
Para ele, o ex-presidente da UNITA e as outras pessoas envolvidas na tentativa do homicídio “vão ser ouvidas muito em breve” e que só espera por justiça. Alegou estar preocupado com a sua sorte e da família porque têm recebido ameaças de morte. Um problema de segurança que espera ver resolvido porque até os seus filhos menores não têm sido poupados.
A aceleração do caso parece ser a solução e que as pessoas que ainda não foram ouvidas devem ser o mais cedo possível. Citou a Polícia Nacional (no Uíge), onde aconteceu o acto, ter já respondido a convocatória e avançado a sua versão. Disse que não tem intenção de desistir do caso. Primeiro, porque é um crime público. Segundo, como lembra, seria “vítima de um linchamento público”. Para Rui Galhardo: “foi muito feio o que aconteceu”.
O empresário considerou Adalberto Costa Júnior um “arrogante e prepotente”. Mostrou-se confiante no trabalho da justiça: “Estou convicto de que a justiça vai funcionar e que cada qual vai ter a sua parte”. Qualificou as pessoas que o têm ameaçado de “anormais”. Justificou que recebe ameaças de que um dia lhe vão “queimar dentro de casa” e vai “ser esfaqueado na rua”.
Mostrando determinação e destemido, assumiu que não se sente “amedrontado”. Disse que ficou preocupado apenas porque há pessoas que vão ao seu perfil do Facebook e às fotografias dos seus filhos menores fazer ameaças.
Desesperado desabafou: “Fica complicado. Não é isto que queremos para Angola”.