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A UNITA E O FANTASMA DA FRAUDE ELEITORAL

Em cada ano eleitoral, a UNITA, o maior partido da oposição, sempre levantou o fantasma da fraude antes mesmo de as eleições serem realizadas, para justificar as consequentes derrotas que vem somando desde 1992 até 2017.

O PAÍS já soma quatro processos eleitorais, e prepara-se para realizar as quintas eleições gerais em Agosto do ano em curso, e a UNITA continua com o seu crónico discurso de fraude eleitoral, ao invés de trabalhar para obter o número possível de votos e melhorar o resultado das últimas eleições.

Ontem, no debate televisivo organizado pela TPA, a UNITA, representada pelo seu membro Faustino Mumbica, não conseguiu convencer os telespectadores sobre a fantasia da fraude que sempre invocou.

O formador eleitoral e analista político José Pakissi, antigo militante da UNITA, e irmão do falecido vice-presidente deste partido, Jeremias Kalandula Chitunda, desmontou todos os argumentos apresentados por Faustino Mumbica.

Segundo José Pakissi, o argumento da fraude é uma velha história deixada por Jonas Savimbi para justificar as derrotas da UNITA em processos eleitorais, e isto faz com que muitos militantes se deixem levar por esta mentira para fomentar intolerância e instabilidade política, ao invés de reflectir sobre o que tem estado a falhar para não ganhar eleições.

Como sempre, quando faltam quatro meses para as eleições gerais, o discurso da fraude continua a ganhar corpo no seio da UNITA, sustentado com o populismo de que desta vez a vitória será consumada, porque o país precisa de nova alternância política.

Durante o debate parlamentar do dia 21, o deputado Jú Martins recordou aos deputados da UNITA que o fantasma da fraude com argumento, segundo o qual, o CNE, Comissão Nacional Eleitoral é a base da fraude por não ser paritária. Jú Martins lembrou a UNITA que em 1992 o MPLA tinha um único membro no CNE e a oposição tinha a maioria de Conselheiros, mesmo assim, a UNITA por ter perdido as eleições, justificou a sua derrota com o fantasma da fraude.
Também é preciso que se recorde a UNITA que o Director Geral das eleições em 1992, Onofre dos Santos, foi indicado pelo partido FNLA, não sendo, por isso, membro do MPLA. Com tudo isso, a UNITA não aceitou os resultados eleitorais.
A UNITA devia compreender que a alternância do poder não se ganha nos bastidores do populismo e fora das urnas. Aliás, sabe muito bem, mas, está a desviar a atenção do povo para um assalto ao PODER a todo o custo, mas que não conseguirá, porque o povo não vai e nunca permitirá que os inimigos de ontem, hoje adversários políticos, transforme este país como um Estado qualquer.

A UNITA confunde transparência eleitoral com a organização eleitoral de eleições, e isto foi demonstrado por Faustino Mumbica. Infelizmente.

Como já sabe que não vai ganhar, começou já a criar focos de instabilidade política, em Luanda( Benfica), no Uíge ( Sanza Pombo) e mais recentemente no Huambo (Londuimbali), para depois apontar o dedo ao Governo de que é o instigador da violência, quando na verdade quer encontrar um bode expiatório sobre a sua derrota em Agosto.

Um partido que diz ser alternativo para dirigir ANGOLA não pode refugiar-se na fantasia da fraude, e o povo sabe que este discurso já não serve, porque as eleições são ganhas nas urnas e não com o populismo.

Por: Ismael dos Anjos

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