Desconfiança- UNITA “teme” por mais um chumbo do seu congresso
Tornou-se viral o uso das redes sociais para expor ideias e opiniões pessoais e até mesmo institucionais. O maior partido na oposição está, de um tempo a esta parte, a fazê-lo até à exaustão, atacando principalmente o Tribunal Constitucional e o seu arqui-rival, o MPLA, tendo em conta que tudo está em aberto para uma hipotética impugnação do seu recente congresso.
Embora convencida que tudo foi feito como mandam os estatutos e como mandou o Tribunal Constitucional (TC), a UNITA olha para trás com grande desgosto das deliberações daquela instância judicial e acredita que, em Angola, “tudo pode acontecer”, referindo-se à possibilidade de “politicamente”, o seu terceiro congresso voltar a ser impugnado, por uma razão qualquer.
Nos últimos dias, algumas figuras de proa deste partido usam a internet para publicar artigos, aparentemente investigativos, outros apenas insinuadores de cenários só prováveis no papel, porque na prática não são viáveis.
A produção de seus conteúdos dizem basear-se em informações recolhidas de efectivos da secreta angolana que, a troco de alguns kwanzas, vão revelando alguns planos do outro lado da barricada.
Nota-se, no entanto, que nessas jogadas tem válido mais a lógica do que o realismo, de um lado para criar pânico na “capoeira”, por outro lado para levar o partido do Galo Negro a acomodar-se no discurso que visa descredibilizar as instituições.
Recentemente, o deputado desse partido, Joaquim Nafoia, em uma sentada, escreveu dois textos reflectindo aquilo que, em seu entender, se trata de um plano para assassinar o seu presidente, Adalberto Costa Júnior.
Os textos têm alguma lógica. Agora, a pergunta que se faz é: porque é que uma acusação tão grave não é apresentada às autoridades? Haverá alguma falta de cultura jurídica?
O general na reforma, Abílio Kamalata Numa, outro barão da UNITA, tem trazido à baila pontos de vista de lado reflectidos, críticas duras ao TC, por outro lado trazem apenas medo ao seu partido.
Tem-se levantado casos importantes e, por isso, que chamam atenção, mas têm sido tratados de forma muito pueril, em vez de serem encaminhados às entidades com responsabilidades de sanar tais males.
Todos esses medos, todas essas inquietudes, todas essas acusações e mais outras, condensadas num único documento a ser apresentado às autoridades, trariam outra desenvoltura e provavelmente outras soluções.
Na verdade, quadros com responsabilidades acrescidas dentro da UNITA têm levantado assuntos mais importantes, nas redes sociais, se comparados com aqueles que vêm expressos nas comunicações da Comissão Política ou do seu Comité Permanente.
Na sua reunião realizada no dia 21 de Dezembro, o Comité Permanente da Comissão Política lamentou constatar que a estratégia de sobrevivência do Executivo, por via do controlo dos media e do silenciamento da UNITA nos meios de comunicação social financiados pelo Estado, esteja a ser conduzida pelo próprio Ministro de tutela, através de reuniões regulares com os Presidentes dos respectivos Conselhos de Administração.
Para esta força política, trata-se de uma flagrante violação do estatuído nos artigos 40º e 44º da Constituição da República, na Lei de Imprensa e na Lei dos Partidos Políticos, quanto ao tratamento a ser dado aos actores políticos.
Por: NMDC