MPLA continua a ser a principal referência da política angolana
O Presidente João Lourenço afirmou, ontem, que o MPLA continua a ser o principal actor e a grande referência da política angolana, a força que continua a merecer a confiança e o carinho da esmagadora maioria dos angolanos e dos cidadãos eleitores em particular.
Ao discursar na abertura do VIII Congresso Ordinário, disse que o MPLA é o partido mais atractivo a julgar não só pelo crescimento das suas fileiras, mas também pela apetência dos militantes em querer integrar os órgãos de direcção a todos os níveis, fenómeno verificado neste processo orgânico, mesmo sabendo que ser membro do Comité Central não assegura nenhum tipo de regalias, nem é, por si só, carta branca para se ser catapultado à condição de deputado ou de membro do Executivo.
“Todos querem servir o partido oferecendo a sua disponibilidade de tempo, conhecimento, influência junto da comunidade que habita, capacidade de oratória e outras qualidades, sem contrapartida, o que é muito bom”, reconheceu o Presidente João Lourenço.
Segundo o líder político, este Congresso antecede por cerca de oito meses a realização das eleições gerais de Agosto de 2022, para as quais o MPLA deve preparar-se convenientemente.
Destacou que o MPLA deve, por isso, voltar a mostrar a sua vitalidade no trabalho de massas que sempre o caracterizou e o ligou de perto aos angolanos, tanto no meio urbano como no rural, para depois esclarecer que este momento em que se realiza o acto central constitui apenas o ponto mais alto do processo orgânico feito em todos os escalões e no país, pois o partido está implantado no território nacional.
Sublinhou que o conclave não passa despercebido aos olhos da sociedade, desperta em todos a maior atenção e curiosidade pela influência e responsabilidade do MPLA na governação do país.
Acrescentou que o MPLA assume o compromisso de promover a mulher e os jovens angolanos, reservando-lhes um lugar de destaque nos órgãos de direcção do partido nos diferentes escalões e nas diferentes instituições do poder em Angola, no Executivo, na Assembleia Nacional e na sociedade, em geral.
No que se refere à paridade de género e à promoção dos jovens, realçou que o partido acaba de dar um passo inédito ao assinalar, através do exemplo, o papel que deve ser reservado à mulher e aos jovens na política e na sociedade.
Justificou que isto vem reflectido não apenas na composição dos delegados, mas, sobretudo, na proposta de composição do Comité Central a ser eleito neste Congresso.
Pela primeira vez na história da política angolana, um partido político alcança a paridade de género no seu órgão máximo de direcção, disse, referindo-se ao MPLA, pois, a partir de agora, nada mais será como antes, ao subir a fasquia bem alto, o que, no entender de João Lourenço, com certeza vai exercer uma forte influência sobre toda a sociedade.
Sublinhou que a proposta de composição do Comité Central espelha também a unidade interna, a unidade nacional, a diversidade de níveis académicos e de ocupações profissionais no seu partido.
“Viemos ao longo do tempo fazendo, de forma suave e segura, a transição geracional nos órgãos de direcção do partido, garantindo que todo o manancial de patriotismo, sabedoria, experiência, determinação, espírito de luta e vontade de vencer que sempre caracterizaram os percursores da luta de libertação nacional nas matas, nas cadeias, na clandestinidade, na defesa da soberania nacional, na reconstrução nacional, na defesa da paz e da reconciliação nacional, tivessem continuidade nos quadros e dirigentes mais novos”, observou.
Em reconhecimento a tudo isso, João Lourenço reiterou que o MPLA está a prestar uma justa e merecida homenagem a algumas das figuras de destaque e referência do partido, por tudo quanto fizeram ao longo de décadas: “E, acreditamos, continuarão a fazer pelo nosso partido, mas mais importante ainda, pelo nosso país, Angola”.
Depois de pouco mais de quatro anos desde as últimas eleições, o líder do partido governante em Angola lembrou “o voto de confiança” depositado pelos angolanos, numa altura em que o país já vivia uma crise económica sem precedentes e acumulava uma elevada dívida pública, situação que viria a ser agravada com o surgimento da pandemia da Covid-19 à escala planetária.
Sob a direcção do MPLA, disse, o país leva a cabo uma luta contra a corrupção e a impunidade para a moralização da sociedade, e aproveitou o 9 de Dezembro, consagrado como o ”Dia Internacional Contra a Corrupção”, para reiterar a determinação da sociedade, do Executivo e da Justiça angolana em combater a corrupção e do empenho de todos e capacidade de recuperar os activos, ilicitamente, adquiridos, onde quer que se encontrem.
Neste novo ambiente de negócios, reforçou, o Executivo realiza um amplo programa de reformas, com vista a atrair o investimento privado, promover o empresariado nacional, diversificar a economia, incrementar a produção interna de bens e de serviços, fomentar as exportações e aumentar a oferta de emprego.
Reconheceu que, apesar dos constrangimentos de vária ordem num ambiente de retracção da economia mundial devido às limitações impostas pela pandemia, Angola foi capaz de dar importantes passos na diversificação da economia, manter a dívida externa sustentável, concluir com sucesso o programa de financiamento ampliado com o FMI e o Banco Mundial e, assim, ganhar a confiança dos mercados internacionais.
“Temos sido capazes, até aqui, de conduzir da melhor forma possível, a luta contra a pandemia da Covid-19 desde o seu surgimento em Angola, assegurando a aquisição dos materiais de biossegurança, ventiladores, laboratórios de testagem, rede hospitalar de frio para os reagentes e as vacinas, a aquisição das vacinas e a abertura e expansão da rede nacional de testagem e de vacinação em massa”, admitiu.
Destacou, igualmente, os investimentos em curso na área social, nomeadamente, no combate à pobreza, na educação e na saúde, não apenas no quadro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), mas, também, na construção de hospitais bem equipados com múltiplas valências e com muito competentes jovens quadros angolanos, o que muito orgulha o país.
Por outro lado, recordou que, nas últimas décadas, o planeta Terra tem vindo a sofrer alterações climáticas com consequências severas sobre a vida humana, uma vez que aumentou, consideravelmente, o número e a frequência de furacões, tsunamis, seca, inundações, incêndios florestais e outros fenómenos climáticos fora do controlo do homem.
João Lourenço reafirmou que políticos, cientistas, empresários e activistas ambientais reuniram-se, recentemente, em Glasgow (Escócia), na cimeira do clima COP26, para encontrar os caminhos para a tomada das medidas necessárias no sentido de baixar as emissões de gases de efeito de estufa, reduzir a poluição dos mares, diminuir a devastação das florestas e, assim, salvar-se o planeta.
“O nosso país sente as consequências das alterações climáticas, sobretudo, com o agravar da seca severa no Sul de Angola que ameaça a vida humana e animal”, disse, frisando que, desde a visita do Presidente da República às regiões sinistradas do Cunene e do Namibe, em 2018, para constatar o sofrimento das populações, a abordagem do Executivo face à seca alterou, significativamente.
O Presidente do MPLA referiu que, desde aquela data, tem-se apoiado as populações com alimentos, água, medicamentos, roupas e outros bens, além de financiamentos de um amplo programa de construção e reabilitação de furos e de chimpacas.
“Porém, importa destacar aqui o início da construção de projectos estruturantes que, de forma sustentada, vão garantir água para milhares de cidadãos e cabeças de gado bovino”, apontou, recordando que, depois “daquela histórica visita”, já se voltou lá para constatar o avanço das obras do primeiro projecto de construção das barragens de armazenamento de água e do canal a partir do rio Cunene na localidade do Cafu, obra a ser entregue no início do próximo ano e que vai começar a alterar, profundamente, a vida das populações daquela região, uma vez que outros projectos do género acabam de ser lançados.
MPLA reitera compromisso com Angola
João Lourenço aproveitou a realização deste VIII Congresso Ordinário do MPLA para reiteirar o compromisso com Angola e com os angolanos, considerando que são a razão da existência do partido que assinala hoje o seu 65º aniversário da fundação.
“Continuaremos a nos dedicar à causa da democracia, da defesa dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, do progresso e bem-estar dos angolanos. Continuaremos a trabalhar para merecer a confiança dos angolanos em geral e, em particular, dos cidadãos eleitores do interior e da diáspora, que em Agosto de 2022 são chamados mais uma vez a exercer o seu direito de cidadania e de decidirem os destinos do país através do seu voto”, reforçou.
Apelou, por isso, aos cidadãos angolanos maiores de idade a regularizarem a sua situação de eleitores com o documento que os habilita a votar, de acordo com o que vem sendo orientado pela entidade competente do Executivo.
Reafirmou que, neste processo, mais uma vez, os militantes, amigos, simpatizantes e todos aqueles que têm este partido no coração vão votar no MPLA e no seu candidato. Solicitou que todos devem dar o exemplo assegurando que estão ou estarão, até lá, em condições de votar.
“Estamos optimistas que, apesar dos constrangimentos da pandemia da Covid-19 e da crise económica mundial, que a todos afectou, seriamente, mesmo assim, como resultado do nosso trabalho, dedicação e empenho na solução dos problemas do país e dos cidadãos, de tudo quanto tem vindo a ser feito e continuaremos a fazer na área social, os angolanos renovarão a sua confiança e esperança na liderança do MPLA”, enfatizou.
Por esta razão, João Lourenço disse que este Congresso constitui um momento sublime para se definirem as grandes linhas de acção política para o período 2022-2027 e a actualização do programa do MPLA, como projecto estratégico e ferramenta política fundamental, para enfrentar os próximos desafios.
O líder do partido dos “camaradas” agradeceu as manifestações de apoio ao VIII Congresso Ordinário da sociedade civil, dos desportistas, dos artistas e compositores, dos cantores e patrocinadores, que se quiseram associar de diferentes formas a “esta grande festa da família MPLA”.
Por: JA