Luanda – O Presidente da República Centro-Africana (RCA), Faustin-Archange Touadéra, chegou esta quinta-feira a Luanda, para uma visita de trabalho de algumas horas a Angola.
O estadista centro-africano, que se vai renunir com o Presidente angolano, João Lourenço, foi recebido no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro pelo secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Custódio Vieira Lopes, entre outras entidades.
Regularmente, o Presidente Touadéra tem mantido informado o Chefe de Estado angolano sobre o processo de pacificação na República Centro Africana.
Na sua qualidade de presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), João Lourenço tem desenvolvido iniciativas para a paz e estabilidade nesse país.
O cessar-fogo foi saudado pela CIRGL, considerando-a como o reconhecimento de que o diálogo aberto e construtivo entre todos as forças vivas é a melhor via para o alcance da paz e estabilidade tão anseiada pelo povo centro-africano.
Uma declaração divulgada domingo, em Luanda, refere que o Presidente em Exercício da CIRGL, João Lourenço, tomou conhecimento, com bastante satisfação, da decisão unilateral de cessar-fogo em todo o território da RCA.
Acrescenta que a CIRGL congratula-se com os avanços registados e exorta a todos os actores políticos e militares a cumprirem com o cessar-fogo e os princípios do Acordo Político para Paz e Reconciliação na República Centro Africana (APPR-RCA).
Angola reitea apelo para levantamento do embargo
Angola reiterou, quarta-feira, em Nova Iorque (EUA), a necessidade do levantamento do embargo de armas contra a República Centro-Africana, face aos progressos alcançados no país.
Num discurso durante o Debate Aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, disse acreditar que a avaliação e determinação da manutenção do embargo, face aos progressos positivos alcançados no terreno pelo Governo da RCA, cabe ao CS.
Lembrou a posição manifestada pelo Presidente João Lourenço na reunião do Conselho de Segurança da ONU do 23 de Junho de 2021, em que defendeu o fim do embargo de armas à República Centro-Africana, enfatizando que o pedido de Angola continua válido.
O ministro reafirmou o empemho do Governo angolano numa abordagem regional para a implementação eficaz do seu plano estratégico, ancorado no Pacto pela Paz, Estabilidade e Desenvolvimento na Região dos Grandes Lagos.
Disse que o Executivo angolano acredita na implementação do acordo como condição “sine qua non” para resolver as causas profundas dos conflitos e obstáculos que continuam a impedir o desenvolvimento socio-económico e a integração regional.
Situação na RCA
Na última sexta-feira (15), o Presidente da República Centro-Africana anunciou um cessar-fogo unilateral, tendo os rebeldes aceitado a trégua, à excepção de dois grupos.
O cessar-fogo é consequência das diligências empreendidas pela Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos.
Desde o golpe de Estado perpetrado pelo grupo rebelde “Seleka“, que conduziu à queda do ex-Presidente François Bozizė, o país enfrenta uma situação de insegurança crescente.
As populações estão a ser obrigadas a deixar as suas aldeias, face aos violentos confrontos de carácter étnico e religioso.
Desde Dezembro de 2020, cerca de 60 mil cidadãos fugiram da violência que assola a RCA, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
O actual Chefe de Estado, Faustin-Archange Touadéra, venceu as eleições presidenciais de 27 de Dezembro de 2020 com 53,16 por cento dos votos, contra 21,69 por cento do seu principal adversário, o antigo primeiro-ministro Anicet Georges Dologuéle.
Fonte: ANGOP